O comportamento em redes sociais e a produção de conteúdo são temas bastante discutidos atualmente, principalmente com o âmbito profissional. Afinal, o que é certo e o que é errado? Ouvimos a todo momento que preciso me destacar, estar presente, produzir, interagir online, mas o que eu tenho ou devo dizer por lá?
Há alguns anos, as mídias sociais eram aquele lugar para nos mantermos próximos a quem desejássemos e compartilhar o que era nosso – fotos, piadas, pensamentos, desabafos, declarações e metas atingidas – para amigos próximos e família. Não havia questionamentos se aquilo era adequado ou não. Não havia preocupações sobre quem poderia ter acesso àquele conteúdo, já que, ingenuamente pensamos, as redes eram fechadas apenas para pessoas próximas.
Hoje, entretanto, o que está online permeia todos os aspectos de nossas vidas, profissional e pessoal. Não há mais barreiras entre esses dois lados e a separação integral em redes diferentes é utópica. O que você diz offline e online, diz muito sobre você. E você será necessariamente julgado, não propositalmente, mas inconscientemente, por isso.
Aquela mensagem compartilhada deixará uma mensagem sobre você na mente de quem o lê, ou escuta. E o conjunto dessas mensagens dirá algo, relevante ou não, sobre a sua marca pessoal.
Como costumamos dizer, a sua marca é um quebra cabeça. E as peças são as informações que você deixa por aí, são os seus pontos de contato com o outro. E ao final, depois do contato com todas essas peças esse quebra cabeça da sua imagem será formado na mente do outro.
Um dos aspectos importantes do trabalho em gestão de marca pessoal é a estratégia de posicionamento. E posicionamento é, metaforicamente, você fincar uma bandeira de conquista de um território na mente do seu público alvo. É você ser a pessoa a ser lembrada e procurada por aquilo que deseja ser procurada.
E para que isso aconteça é preciso ter outro olhar sobre a comunicação: ela molda a percepção sobre você, positiva ou negativamente. E ela atrai ou repulsa a atenção de quem você quer atrair.
A comunicação, online principalmente, não deve ser ingênua ou sem filtros. Justamente porque ela vem sem contexto (de quem o conhece profundamente, por exemplo), sem barreiras de alcance e permanece sem data de validade no online. Todo mundo pode ter em mãos o que você tem a dizer. Por tempo indeterminado.
O posicionamento está pouco relacionado às suas estratégias de preço ou de qualidade do que tem a oferecer por si só. Ele está relacionado à percepção. Do outro em relação a você.
Nós formamos opiniões sobre pessoas, produtos, empresas baseados em nossa própria percepção. E essa percepção é influenciada por diversos fatores: experiências pessoais, conteúdo online, contatos prévios, reputação…De novo, são as peças de quebra cabeça que mencionamos, lembra?
Sobre publicações no Linkedin: Muitos ali perdem a oportunidade de trabalhar positivamente suas estratégias de posicionamento. Ainda possuem em mente o que em outro momento foi o comportamento padrão: o de que estamos apenas entre amigos e família e de que as redes estão ali para a nossa diversão e para dizer tudo o que nos vem à mente, sem edições. E de o que é posto ali é efêmero, desaparecerá em breve.
Estamos em um mundo competitivo e com um grande déficit de atenção para o que temos a dizer e, por isso, precisamos ser um pouco menos ingênuos com essa linha de pensamento.
Marcas pessoais fortes possuem autoridade. Em determinado mercado, assunto ou segmento. Ser autoridade é ser autor. É necessariamente criar, posicionar-se com relação ao seu conhecimento.
Muitas pessoas que são autoridades no mundo offline perdem ou anulam esse título no mundo online ao se tornarem um canal sem filtros para todo ou qualquer tipo de conteúdo que passa em suas mãos. E necessariamente perdem o que é mais valioso no mundo atual, a atenção do outro.
Mensagens em diferentes direções irão emitir diferentes sinais sobre você, o que pode confundir o seu público a respeito de você e do que você pode oferecer de valor. Atualmente, com a carga excessiva de informações o que é confuso, ignoramos. O que quer dizer que a “autoridade” da sua marca pessoal também será ignorada.
Na era da informação, o silêncio pode valer ouro: qualidade e não quantidade é essencial. E a partir do momento que você possui o olhar crítico e responsabilidade sobre o que publica, alinhado ao posicionamento, você começa a criar (e cumprir) expectativas na mente do outro sobre a sua relevância.
Você não precisa ser um narrador, comentador oficial de redes sociais de todo e qualquer assunto. Ao se tornar um opinador leigo por pura diversão você pode anular a sua autoridade no que você realmente tem de conhecimento ou vivência.
Você pode guardar para os amigos e as rodas de conversa presenciais assuntos banais ou polêmicos. Reflita: você realmente precisa expor a sua opinião sobre esse assunto? De que forma ele contribui para a sua relevância? Por que ele é importante para você?
Quer dizer que eu só posso falar sobre aquilo que tenho conhecimento ou sobre assuntos profissionais?
Não necessariamente. O seu senso de humor e o que tem de interesse também podem fazer parte desse meio, mas tenha sempre em mente de que tudo o que você comenta, compartilha ou gosta diz muito sobre você. Antes de investir seu tempo e energia comunicando online, reflita: Vale a pena compartilhar esse conteúdo em minhas redes? Em todas as redes? O que essa mensagem diz sobre você?
O mundo online deixou de ser um mundo privado e se tornou a extensão de nossa identidade e imagem. E com o comportamento de escolhas, tomadas de decisão sendo feitas no meio online, você quer endossar a escolha por você e pelo que tem a oferecer. Por isso, a consistência e a relevância são importantes e muitas vezes a sua primeira (e última) impressão.
É sempre válido lembrar:
A cada mensagem você cria uma expectativa sobre o que você tem a oferecer. Se com o tempo a conclusão é de que você não tem nada de consistente, coerente ou relevante será difícil conquistar novamente a atenção para a sua mensagem.
Comunique com relevância e com estratégia.
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